Travessia de imigrantes entre a Turquia e Grećia
Não é de hoje que vemos notícias sobre a crise imigratória que vários países da Europa estão enfrentando, por conta da falta de empregos e da busca por uma vida melhor. O grande problema nisto é o risco que há nas travessias ilegais, nas condições nas quais as pessoas tentam ir de um país para outro vizinho usando as agitadas águas para tal. Em média seis pessoas morrem por dia na perigosa travessia entre a Turquia e a Grécia. E a BBC publicou fotos que foram tiradas com drones desses imigrantes.
Mesmo com a existência de iniciativas como a ONG MOAS (que já salvou milhares de imigrantes no Mediterrâneo) é impossível evitar as fatalidades que ocorrem no que diz respeito à imigração ilegal, são diversos os perigos que as pessoas podem enfrentar durante ela. Não se limita ao barco, muitas vezes superlotados e sem estrutura para garantir a segurança das pessoas que ali se encontram, afundar; há o risco de se contrair uma doença durante a travessia, o risco da hipotermia por estar em alto mar e a maior parte das tentativas de ida ilegal aos países vizinhos ocorrer de madrugada. A média é de 6 pessoas morrendo por dia ao decidirem correr estes riscos.
As imagens capturadas por um drone e divulgadas pela BBC mostra a quantidade de pessoas que estavam envolvidas em apenas um evento de travessia ilegal de imigrantes entre a Turquia e a Grécia, e é notável as condições nas quais eles estavam. Atualmente, a Turquia já está abrigando mais de 2 milhões de refugiados sírios e iraquianos. Recentemente foi noticiado que muitos deles foram obrigados a passar a noite ao céu aberto por terem sidos impedidos pela polícia de entrar na União Européia, e segundo relatos dos imigrantes, que estavam lá, diversos policiais estavam equipados com armas de choque e preparados para utilizar em qualquer um que tentasse passar o bloqueio.
É comovente as palavras que os imigrantes falam em suas entrevistas, como recentemente falou Saleh, um engenheiro eletrônico da cidade síria de Aleppo, de apenas 25 anos: “Sou jovem, sou forte, se conseguir chegar à Europa talvez consiga uma vida. Nós temos diplomas, nós temos educação, não há nada para nós na Turquia”. Ao vermos alguém falar que existe a possibilidade de conseguir uma vida, somos obrigados a imaginar a situação em que eles estão vivendo atualmente, até porque eles estão se arriscando, mesmo sabendo dos riscos, para conseguir a tão desejada vida que eles merecem. Mesmo sabendo que eles estão indo para procurar emprego e estabelecer uma vida, uma situação estável para suas famílias, existe uma situação extremamente delicada do ponto de vista dos governos envolvidos. Ainda mais depois da crise econômica que afetou gravemente a Grécia.
Muitas vezes os imigrantes se veem impedidos de completar a sua travessia rumo à União Européia, o evento em que a polícia os impediu foi apenas um dos casos. E em situações como estas, não é incomum você ver muito deles dormindo da melhor forma que podem, mas ainda sendo uma situação imprópria às necessidades do ser humano, e ao amanhecer e aumentar da temperatura acabam partindo em outra jornada para outro país, voltando a correr os riscos que já haviam superados. Outros, por não aguentarem mais aquela situação e não quererem sair caminhando ou voltar para o mar, muitas vezes com fome, sem medicamentos, sem qualquer preparo prévio, acabam tentando de todas as formas possíveis, e qualquer uma que venha à mente deles, completar a travessia, entre a Turquia e a Grécia, e entrar na União Européia independentemente do quanto custe ou do quê seja necessário.
Normalmente os imigrantes são barrados próximos à cidade de Edirne na região noroeste da Turquia, que fica a aproximadamente 15 quilômetros das fronteiras, e nesta região, ultimamente, tem sido possível ver diversas tendas improvisadas e montanhas de lixo se formando.
Segundo estimativas cerca de 481 mil imigrantes já conseguiram completar a travessia entre a Turquia e a Grécia.