É possível fazer entregas com drones no Brasil?
Em várias notícias circulando pela internet, e até mesmo aqui no ODrones, já foram relatados os casos de empresas, como a Amazon, que está estudando a possibilidade de fazer entregas usando um veículo aéreo não tripulado, e que ainda contaria com a capacidade de entregar para a pessoa em qualquer lugar que ela esteja graças à sua patente, onde por meio da localização de um celular, por exemplo, o drone poderia ir até a pessoa com a entrega. E já fiz um artigo dando a minha opinião sobre a evolução tecnológica, onde abordei a falta de uma regulamentação sobre os drones.
Esta postagem é um artigo de opinião, e grande parte referenciará o artigo postado no TechTudo – É possível fazer entregas por drones no Brasil? Confira a análise.
O primeiro ponto do artigo que chama a atenção é a demora que houve na aprovação da autorização de voos experimentais dos drones entregadores da Amazon por parte da _FAA _(Federal Aviation Administration, em português Administração Federal de Aviação), que é o órgão responsável pela regulamentação, gerenciamento, e administração de todos os aspectos da aviação nos Estados Unidos. Após cerca de 1 ano e meio foi concedida a autorização ao projeto Amazon Prime Air, que quando sair do papel fará entregas em 30 minutos. E sim, exatamente como eu disse, QUANDO, não há como impedir a evolução e o uso dos veículos aéreos não tripulados, é questão de tempo para que saia a regulamentação e vejamos os céus ficarem cobertos por drones carregando caixas.
O mesmo problema do tempo que diversas empresas estão enfrentando nos Estados Unidos da América, acontece aqui no Brasil. A ANAC(Agência Nacional de Aviação Civil) há mais de um ano vem estudando a questão da utilização dos drones, já sendo apresentadas primeiras versões de uma possível regulamentação, mas ainda segue em discussão. E ao mesmo tempo em que a situação é analisada cuidadosamente, há algumas medidas um tanto quanto precipitadas, como o projeto de lei que limita muito a utilização dos drones em território nacional, chegando até a restringir seu uso para determinadas atividades.
O texto do TechTudo também apresenta a visão do professor de robótica da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), Alessandro Mendes, que declara que este longo tempo de espera que está havendo na aprovação da legislação está dificultando os investimentos no setor. E já foi noticiado casos de grandes aplicações de capitais para o desenvolvimento de tecnologias e incentivar o uso dos drones no Brasil, como é o caso dos 14 milhões que Minas Gerais receberá da Córeia do Sul.
Além de mostrar o pensamento do diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS) e professor de direito na UERJ, Carlos Afonso, que considera natural levar um certo tempo para ocorrer a aprovação de uma regulamentação, por conta da complexidade que há na utilização para fins comerciais de veículos que farão uso do espaço aéreo. Pessoalmente, eu concordo que seja normal que a regulamentação não ocorra de forma imediata, mas acredito firmemente que o Brasil poderia agilizar o processo, garantindo que todas as medidas fossem tomadas e pontos necessários cobertos. Se fizer uma análise superficial da utilização dos drones, para fins comerciais como as entregas, é aceitável que haja um discurso onde a ANAC acabe saindo como vilã da história. Mas quando se leva em conta pontos como a segurança e a privacidade é compreensível este não imediatismo.
Entregas e algumas medidas que devem ser tomadas:
- Uma das preocupações é com a queda do veículo ao perder o sinal, mas já há alguns modelos que quando ficam sem sinal utilizam o GPS para retornar para o ponto do qual ele decolou;
- Outra é a queda por falta de bateria a qual poderia danificar o drone ou, pior ainda, ferir alguém, e para situações como essa deve-se pensar na utilização de paraquedas para drone;
- Quanto ao seu uso por organizações criminosas e pessoas mal intencionadas, caberá às autoridades garantir que sejam tomadas medidas que garantam a segurança. O que pode gerar empregos. Medidas como o drone que intercepta outros em pleno voo será praticamente uma obrigação, além de garantir que haja uma equipe de prontidão para um baixo tempo de resposta em qualquer ocorrência;
- Uma preocupação que decorre nos clientes, é a interceptação de objetos durante a entrega, a qual possui chances quase nulas de ocorrer, pois eles voam a uma altura média de 100 metros, até mesmo os modelos mais básicos estão nesta faixa;
- Outro ponto a se pensar é os conflitos com os motoboys, que efetuam entrega atualmente, está é uma situação complicada, mesmo sabendo que não será instantaneamente que os drones serão usados por todos estabelecimentos, e não atingirá todos por conta dos custos de se manter um piloto profissional, os equipamentos funcionando, além da alta distância que as vezes há até o local da entrega, pontos em que o sinal dos veículos aéreos não tripulados não chegarão sem o deslocamento do piloto;
- E a questão a qual, na minha opinião, ainda não surgiu nenhuma solução e não há tanto o que se possa fazer previamente para evitar problemas: privacidade. Câmeras e filmadoras voando em bairros residenciais podem facilmente fazer capturas indevidas, e de pessoas sem a autorização de uso de imagem delas.
Vantagens e o futuro dos drones entregadores no Brasil
O professor Alessandro Mendes ainda ressalta as vantagens que há ao se utilizar uns drones, que chegam até a permitir imagens aéreas dentro de locais fechados, coisas que antes com, por exemplo os helicópteros, que seriam seus maiores concorrentes, não era possível. E traz um dado interessante, que o setor de veículos aéreos não tripulados deve movimentar até 1 bilhão de dólares, até 2023.
O TechTudo termina a matéria afirmando algo que já era previsível, a Amazon ainda não comentou nada sobre o serviço de entregas usando drones no Brasil. Afirmo dizer que era previsível porque o nosso país não é nenhum grande polo de atuação da empresa, além de que aqui não há, ainda, nenhuma iniciativa do governo incentivando o uso dos VANTs, pelo contrário, por conta da falta de uma regulamentação.
Concluindo
Provavelmente ainda vamos esperar mais um ou dois anos para ter alguma regulamentação, isso é uma previsão sem nenhuma fonte, ou embasamento teórico, é simplesmente uma especulação com base no que estou vendo. Mas uma coisa é certa, quando ocorrer da ANAC deixar clara todas as regras, haverá várias empresas procurando os mais diversos profissionais para trabalhar com os drones, irá de desenvolvedores até engenheiros, de pilotos até fotógrafos, de climatologistas até pesquisadores, e por aí vai. É um mercado promissor. Vale a pena ficar de olho nestas oportunidades que surgirão!