Estamos em que pé sobre os drones?
Tabela de Conteúdos
Situando nosso atual estado com os drones
Imagine você indo até o hipermercado de sua preferência. Talvez seja uma forma estranha de se começar um artigo, mas sabemos que há 11 anos a Samsung teve a oportunidade de comprar o Android – antes mesmo dele pertencer ao Google, mas eles recusaram dizendo não ver nenhum potencial naquele projeto; que Alexander Graham Bell, o inventor do telefone, foi visto como possuidor de um “sonho louco”; que os drones surgiram na década de 60 mas apenas começou a fazer sucesso e ter seu reconhecimento nos anos 80, são praticamente 20 anos com a tecnologia que está se tornando moda, 5 décadas depois, sendo esquecida e deixada de lado.
Então, pedindo um pouco de credibilidade, vamos prosseguir com a imaginação. Você foi até o hipermercado que mais te agrada, mas não levou tudo que desejava por não ter um carro a disposição, e terá que voltar outro dia. Algum tempo depois, voltando àquele estabelecimento viu um grande cartaz informando sobre o serviço de entrega que eles agora possuíam para levar as compras até a porta da sua casa. E quando você achou que as coisas não poderiam ficar melhores, os e-commerce ganharam espaço, e você começou a fazer as compras no conforto do seu lar. No começo foram compras de alguns móveis, passou para os tênis e quando você parou para perceber já estava até pedindo pizza pela internet.
E a facilidade de receber as coisas em casa ficou ainda mais confortável, pois chegou o tempo em que um veículo aéreo não tripulado traz a sua encomenda até a sua casa. E quando você para perceber como as coisas evoluíram, até fica surpreso(a), e pasmo(a) ao saber que há uma patente para você receber o seu pedido em qualquer lugar que esteja, com base na localização provida pelo seu celular a um drone.
E toda essa evolução da tecnologia e da sua confiança nela, foi uma via de mão dupla. Quanto mais a internet te oferecia, mais você comprava, até algumas roupas direto da China arriscou-se a comprar. Claro, que antes de fazer algum pedido você tomava todas as precauções de verificar se o site possuía algum certificado, garantindo que os dados que são enviados ao servidor serão criptografados e ninguém poderia capturar os dados que passavam pela rede, o famoso cadeado verde; verificava se o site que você estava acessando estava correto, se não estava em alguma página falsa; usava senhas seguras e únicas; e ficava atento para ver se não havia nenhum estranho por perto vendo o que você digitava.
Estamos em um filme de ficção?
Se compararmos as coisas que hoje podemos fazer do conforto do nosso lar, perceberemos que estamos vivendo como muitos filmes retravavam a vida “futurística”, exemplo disso é o Home Office. Seguindo esta mesma ideia, somos remetidos a pensar nos filmes futurísticos que vêm sendo lançados nos últimos anos, e perceberemos que em muitos há a presença de uma inteligência artificial altamente desenvolvida, com sensores e raciocínio, muitas vezes parecendo pensar como um ser humano, podendo tirar suas próprias conclusões, aprendendo e, quase, vivendo. Tal como aquele projeto citado anteriormente, sobre as entregas em qualquer lugar que você esteja, ele possui sensores para decidir se o local do pouso é seguro, para desviar dos obstáculos e garantir que ninguém irá se ferir durante a entrega.
Essa mesma evolução tecnológica que vem facilitando tanto a nossa vida, também vem nos obrigando a se adaptar a ela. São vários os empregos que extinguiram e surgiram desde a Revolução Industrial. Talvez seja o preço que tenhamos que pagar para poder ver as nossas vidas estarem cada vez mais fáceis, a troca de informações e objetos mais rápidas, e tudo ao nosso alcance com o apertar de alguns botões.
Claro que a tecnologia não surge com o objetivo de substituir algum cargo ou levar pessoas ao desemprego. Até porque a tecnologia nunca será capaz de substituir o prazer e agrado que há no calor humano. Veja, por exemplo, os cardápios digitais que vêm se popularizando no Brasil, mas já são comuns nos melhores restaurantes europeus e estadunidenses, mesmo com toda a tecnologia ali presente, as pessoas ainda pedem um contato com algum funcionário do estabelecimento, seja apenas para que lembrar que as pessoas ali presentes ainda são seres sociáveis, ou para contar algum grande amor que não deu certo, que irá se casar, e ainda mandou uma carta para avisar e em pedaços o coração deixar.
E o que vem a seguir?
Deixando de lado a discussão sobre a evolução tecnológica e seus, possíveis, prejuízos à sociedade, temos os grandes benefícios que a mesma nos trouxe no decorrer dos anos. Para nós, hoje, é difícil acreditar que os modelos mais recentes de smartphones possuem o mesmo poder de processamento que “computadores” que antes ocupavam salas inteiras, cheios de válvulas e com várias pessoas, que eram chamadas de computadores, que manuseavam suas inúmeras alavancas.
A evolução tecnológica não são apenas conceitos e um pedaço de história, é arte. Não é simplesmente arte pela arte, não é uma arte autossuficiente, não existe apenas por si e para si. É uma arte feita para os seres humanos, feita para ser alcançável, facilitar a vida de todos, e não de alguns. Ir contra sua evolução é andar de marcha ré, equivalente a ir na contramão e nadar contra a maré. Restringir, limitar, é parar a evolução, e sem ela não teríamos o fogo, ou a roda.
No Canadá já está efetuando os testes com drones que podem desviar de obstáculos, a Suíça está testando os seus novos carteiros, enquanto no Brasil, vemos alguns estabelecimentos pensando em adotar um sistema de e-commerce, algum sistema para automatizar as suas lojas. E quando alguém tenta ir mais longe acaba virando vítima de um processo burocrático que perdura na nação há anos, como foi o caso da pizzaria que faz/fazia entregas usando drones, assim que a notícia começou a circular a rede mundial de computadores, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e FAB (Força Aérea Brasileira) os colocaram sobre seus radares.
Não estou dizendo que as pessoas devem começar uma manifestação, que muitas vezes termina em depredação do patrimônio público e/ou privado, contras as regras. De certa forma, a ANAC e FAB estão corretas em colocar na mira o estabelecimento que usa um drone para entrega, por conta dos riscos que há em voar em locais com aglomerados de pessoas, passando entre bairros residenciais, fiação, trânsito. É necessário garantir que o piloto, neste caso, seja um profissional, mesmo sabendo da facilidade que é controlar alguns modelos. E no Brasil, ainda, não temos uma regulamentação sobre os veículos aéreos não tripulados, não está escrito o que pode e o que não pode ser feito.
liberal ou conservadora, toda vez que alguém tentou parar a evolução tecnológica, as pessoas que apoiaram passaram voando por cima. E há exemplo melhor do que os drones? Os países desenvolvidos que vem apoiando o desenvolvimento e a pesquisa de usos para estes, estão voando, fotografando, alcançando alturas e fazendo descobertas que antes pareciam impossíveis. Como as pesquisas na floresta Amazônica que estão sendo feitas com drones.
Claro, sempre haverá casos como o KATSU que vandalizou um outdoor em Nova York, mas cabe a nós fazer a tecnologia trabalhar para nós e não o contrário. E devemos fazer como ele, quando declarou que aquela era uma versão 1.0 e que ele estava trabalhando em uma mais estável, não nos contentarmos com o que temos, querermos sempre mais e o melhor, e devemos fazer acontecer. Não há nenhuma razão para nos prendermos às máquinas de vapor, quando já há trens voando graças ao eletromagnetismo, e veículos aéreos fotografando a fumaça dos trens, conseguindo imagens únicas e inéditas.
Esta é apenas a minha opinião. Cada um tem a sua, sinta-se livre para expor o que pensa e participar da discussão.